BioBlogPE: TPV - TENSÃO PRÉ-VESTIBULAR
Agradecido pela citação de meu nome na autoria do texto, não é o que tem acontecido por aí.
Abraços e sucesso.
O PÊNDULO DE FOUCAULT
Há 14 anos
Nasci borboleta, bela, colorida e provida de luz, até me aparecer Franz Kafka, com ele tomei alguma simpatia pelas tão excluídas baratas. Nas eternas fugas das solas de todos os tipos de solados, vim sobrevivendo, se fosse pra morrer não teria de ser sob uma havaiana qualquer, como um sonho de consumo, adoraria ser humildemente esmagada pelo Rider, de preferência o do Marcos Palmeira.
Fernando Pessoa na rua da Baixa
Queria dividir com alguém meus dias; alguém que como eu ouvisse sempre com espanto as flautas do Ian Anderson, que comesse pão na frigideira, que morresse de rir de piadinhas infames, assistisse a programas de entrevistas, odiasse gente que se mete a cuidar de nossas vidas, gente que se apagou pro mundo, gente que fala alto em lugares públicos e atende ao celular em locais impróprios.







Houve um tempo em que era quase que uma obrigação, a cada 365 dias corridos, sentar-me em local distante, de preferência aqueles em que o que nos cerca é o sossego, e fazer um balanço geral do ano que se passou.
A Musa que eu amo é linda e pra virar flor só precisa dos meus olhos;

O mundo está triste desde terça-feira passada. Passada a época dos caranguejos no lodo e do ruído insano da roda gigante quase vizinha. Me deu vontade de escrever tal como escreveria Garcia Marques sobre sua também insana Martinica.
Tudo é obscuro, tudo é um grande enigma, aliás o que estou fazendo por aqui ? Meio que de passagem, vou tocando, vou levando. Meu grande enigma é a minha existência ! Quem determinou que eu havia de ser flamengo roxo ? Por que voto em Lula, gosto de cerveja, futebol e cachaça ? Obscuro é amar, obscuro é viver, nunca se sabe o que vem após a próxima esquina ou após o próximo beijo. Me arrisco, me atrevo, ousar lutar, ousar vencer ! Irrita-me a chamada telefônica que sempre traz vozes infantis que não se concluem, são mistérios, fazendo-me sentir 24 dias por hora, vigiado, enigmas. Será essa a nossa razão do estar aqui ? Pagando contas, ouvindo rocks, ingerindo tabacos e comendo maçãs argentinas ??? Essa força que me move, não me dá razões, enigma não sou eu, é a vida e, esta eu quero sempre e muito, resta saber se a recíproca é verdadeira... Me apresento e peço suas bençãos. Não sou do além, existo, longe de tudo que possa querer me anular, não me faço obscuro, me apresento, apareço, aguerrido, guerreiro... Mas ainda não sei bem o que faço por essa dimensão, para o momento, ser feliz me basta. Por vezes escrevo, por vezes me solto em letras, por vezes me faço enigma, charme puro, afinal não quero me fazer passar por algo inatingível, mesmo que as vezes necessite passar em brancas nuvens. O obscuro da vida me fascina, mas confesso, me mete medo e, nessa busca de todas as razões, me perco em mim, é que vezenquando o eterno me parece embaraçoso, mas é pra lá que estou indo é pra lá que me dirijo, e queira o eterno ou não, ele vai ter de me engolir. Em tempo: o número 13 não diz nada para mim. Enigmas...
Houve uma, duas ou três vezes em que ouvi histórias de um outro mundo, de um outro tempo, a tosca calçada capistrana que nos servia de auditório, foi testemunha de passagens inesquecivelmente saudosas.
Alice tinha um violoncello, no qual arpejava acordes belíssimos e de muito fino gosto, não era uma virtuose mas mantinha uma relação muito próxima com o seu instrumento e a música que ele produzia.


Hoje eu tenho um mote, estou de mudança, nunca soube ter tantas coisas até ver a quantidade de papelão feito caixas que já cobrem a parede enquanto 'aquele' armário não se esvazia. Hoje estou de mudança, os livros pesam e pô-los todos em uma única caixa seria uma covardia com os rapazes da empresa "Mudança Feliz". Os discos exigem cuidados, os vidros, nos quais eu costumo colocar bombons e flores, eu os embalo delicadamente em jornais que nunca li, mas sabia que guardá-los não seria em vão. Ainda não passei pela cozinha, banheiro, área de serviço e por um monte de lugares que me dão desânimo no pensar em desmontá-los.
Desembarquei em Madrid sem luvas e, mesmo antes da burocracia oficial de qualquer aeroporto, minhas mãos foram mudando de cor, um roxo pastel foi rompendo pelas pontas dos dedos e me imobilizando de qualquer tentativa da mais simples movimentação fraterna como um aperto de mãos. Cravados 4 graus na terra de Salvador e, dali víamos uma névoa que cobria o tráfego intenso dos veículos na avenida Irarrazabal.
Hoje me fragmentei
Às sextas-feiras, sempre me sinto merecedor de boas novas. Gosto muito das sextas-feiras e suas noites sempre promissoras. Ajeito-me como posso pra tentar ir pra rua de maneira que a rua me mereça.
Cássia Eller é um bom começo, aquilo era só alegria, ou quem sabe o Nando, apesar de haver momentos em que ele nos faz lembrar momentos, aliás tem tristeza nisso ? Já lhe disse que ouvi um tal de " Eternizar os momentos bons" nem sei se é com ésse ou com zê, mas tenho aprendido isso, dá pra fazer uma forcinha"?
Segundo andar, mas aqui é alto, o que eu vejo ? Não vejo o que quero, roço a barba e penso em amor ! O que seria isso ? Nunca soube lidar com esse "trem" , aliás, em tempo, acabo de perder um, como tantos outros, estou ficando especialista nisso....
Tenho tantos e poucos anos e, trago pra cada dia vivido um fantasma em especial.
O triste episódio que envolveu o músico Herbert Vianna, nos remete a um repensar sobre a fragilidade da vida.
Fazia tempo eu não via o mar. Ontem caminhei pela praia, pisando a areia, pulando marolas, sentindo o sol na pele e estando feliz.
Uma de minhas fobias é a altura, tremo só de pensar em estar, por exemplo, em cima de um telhado; sempre deixei as antenas se ajeitarem ao sabor dos ventos. Preciso sentir o solo, o chão bem quietinho sob meus pés, talvez por isso telhados tanto me fascinam.
Ainda não eram três horas ( ou quinze como queiram ), Ju se agitava pela casa, entre troca de vestido , blusas e colares que combinassem. Ao passo que ia falando, secava desesperadamente o cabelo e ia ao mesmo tempo experimentando todas as alternativas que o seu guarda-roupas permitia.___ Calma Ju, a entrevista é as cinco.