terça-feira, 18 de setembro de 2007

AS PORTAS ABERTAS POR TIM


Não conheci o Tim Lopes e não faço idéia de quem sejam os comandantes do tráfico carioca, mas sei que ninguém apoia o tráfico de drogas, óbvio, e tenho cá certeza que os moradores dos morros, os "favelados", também não nutrem este carinho por estes comandantes do terror, ou você acha que nossos imãozinhos desprivilegiados das favelas brasileiras não sofrem diariamente com os desmandos do "estado paralelo" ?
Não soube ainda se foram encontradas as ossadas do Tim, mas já é sabido que tantas outras foram desenterradas no local onde o tal Elias Maluco e os seus faziam a desova de seus presuntos, forte isso, não ?
A que quem pertenceriam estes "restos" , quem são ? Quem são as tantas vítimas do terror do feudo da droga ?
Fatos como este já fazem parte do cotidiano das favelas brasileiras, o problema é que em uma generalização barata e preconceituosa, determinou-se que : "Nem todo traficante é um favelado, mas todo favelado é um traficante em potencial, ou tem ligação com o ramo".
É sempre bom lembrar que foi a sociedade desigual quem criou este outro lado batizado de submundo, marginália, favela. Foi o preconceito, o desemprego, a falta de vontade política, de educação e oportunidades que trouxe à tona a vida paralela aos mais básicos quesitos de uma sobrevivência digna e humana.
Que prendam os assassinos de Tim Lopes, que façam justiça; era apenas mais um jornalista com extrema consciência de justiça, trabalhando, denunciando. Toda a classe chora tão bárbara atitude, porém quem chora pelos outros "ossos" ?
Se faz emergente atitudes de pulso em que o poder vista a camisa dos miseráveis. É preciso colocar em pauta que quem consome de fato a droga dos morros, não é o preto pobre favelado, mas a burguesia branca e favorecida que sempre deu sustentação e base econômica aos traficantes.
É fácil ser ‘Brasil’ durante a Copa do Mundo, mas é necessário levar a consciência de unidade nacional para os nossos sempre eternos problemas cotidianos, que por sinal não surgem apenas de quatro em quatro anos, são diários e latentes. Se isto não for breve, eu, pai, temo pelo Brasil que deixarei ao meu filho e suas futuras gerações.
Onde estarão os tanto milhões em ação, pra frente Brasil.... de 1970 ?
Foi-se o Tim e tantos outros; quantos mais serão necessários ?

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