quarta-feira, 19 de setembro de 2007

WORLD TRADE CENTER


World Trade Center, 11 de setembro.
__Filho, vá a padaria buscar o que pode ser o nosso último pãozinho!
É o décimo primeiro dia do mês de Setembro, kamikazes se esborracham contra edifício em Nova York. Recebi a notícia um tanto atônito e o primeiro pensamento que me veio à cabeça foi a coragem dos tais terroristas, que coisa ! O mundo parou pra ver, Minas parou pra ver, minha capital parou pra ver, minha cidade também. Circulo calmamente por entre as poucas ruas do interior de Minas, não são ainda avenidas, eu acho que por este fim de mundo os terroristas não teriam muito interesse, ou seria manchete mundial explodir a praça da Matriz ? A Igreja de São Gonçalo ? penso que não, mas tenho medo, muito medo. Que diabos de mundo é esse ? Bush, Sadan, Arafat, MONEY, poder, dominação, prepotências mil.
Em uma análise fria e calculista me sinto meio que dividido entre o terror causado pela tragédia em New York e seus motivos. Nada justifica tal ato, americanos bah! Mas nem por isso a faxineira do World Trade Center tem de morrer, nem o executivo é claro.
Morrer ninguém merece de forma tão impensada e violenta, mas, convenhamos, os nossos vizinhos e colonizadores de uma certa forma esta ira selvagem.
A raça humana não é pré-programada pra se destruir e o que vimos hoje é a imagem real do fator ação/reação. Os Estados Unidos vem a tempos cutucando as onças com as varinhas curtíssimas do Tio Sam, brasileiros pacíficos que somos, suportamos essa opressão de forma tranqüila e serena e por vezes até fazemos samba com a situação, o nosso sangue apesar de latino é frio, o que não acontece com outros povos.
Foi horrível, foi dramático, foi trágico, mas foi também a reação de oprimidos que encontraram em uma esquerda radicalíssima formas nada democráticas de extravasar sua indignação contra a truculência norte americana.
As imagens que vi na tv não mentem, foram lances de puro fanatismo, coragem, heroísmo e loucura. Esses maníacos não têm o meu apoio nem minha admiração, mas não nego que na visão destes mesmos, "o caldo entornou".
Lamentável este terrível incidente, corpos se espalhavam pelas ruas da grande maçã, nada justifica tão violenta atitude, volto a ter medo, medo do que o que é mais provável, estamos diretamente envolvidos, somos pseudo-americanos .
É sempre bom lembrar que aqueles que apoiaram o massacre em Kosovo falavam um inglês cowboy, aqueles que estimularam as investidas no Timor, mascavam chicletes, aqueles que com bloqueios na indústria farmacêutica deixaram crianças iraquianas morrerem de "gripe" comiam hambúrgueres, aqueles que tentaram jogar o Vietnã contra o mundo e massacraram covardemente mulheres e crianças, ouviam "jazz" , aqueles que mataram milhares de inocentes com o álibi de combater a droga colombiana, diziam 'yes", estes mesmos que no Brasil, trocaram aço por homens, laranja por ioiôs, usavam blue-jeans.
Quem são os terroristas afinal ? Saddan, Slobodan, Osama, Arafat ou Bush?
Estima-se até então 30 mil mortos no terror ocorrido em Nova York e Washington, barbárie, sim,mas volto à tese da Ação/reação.
Tenho medo das retaliações aos povos de submundos como o já pobre, sofrido e dependente Brasil. O orgulho norte americano está ferido, o mundo nunca mais será o mesmo, globalização muda de significado, e em minha pacata e interiorana Contagem/MG, não consigo me ver livre e a salvo da tresloucada reação que pode hoje o nobre exército americano desenfrear em contra partida aos seus mortos, no mínimo aumentar os números de mães que choram.
Continuarei comprando o meu diário pão, até quando, só George W. Bush pode prever.

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